segunda-feira, 10 de março de 2008

A fraude do BCP ( Promessa de sua resolução )


O presidente do Millenium bcp assumiu, pessoalmente, perante investidores e analistas, a responsabilidade de encontrar uma solução para o problema dos pequenos accionistas que recorreram a crédito do banco para comprar acções da própria instituição, podemos ler na melhor publicação económica de 2006 que, ainda assim, só serve para limpar o rabo. . O que é que esta notícia tem de curiosa? Para o incauto leitor, que vem ao nosso blog pela primeira vez, há de curioso que o presidente de um banco diga que vai resolver o problema dos pequenos accionistas. Mas os nossos leitores habituais já perceberam que não há problema nenhum de pequenos accionistas. Aliás, os pequenos accionistas não têm problema nenhum. Aquilo que está noticiado é o que se chama de uma mega fraude financeira. Eu explico. . Imagine o camarada leitor que quer montar um banco. Levanta-se da cadeira e vem ter aqui com o Camarada Toni, que é um sujeito abastado, para reunir capital. O camarada Toni, não tendo dinheiro para tamanha empresa pelo que mete dinheiro no banco e depois pede emprestada a mesma quantia. Se o camarada leitor estiver a seguir, percebe que não interessa o montante que eu estou a meter no banco, na verdade não estou a meter nenhum. Aquele que eu meto, o banco devolve-me na forma de empréstimo que pode ir rolando. Se a administração do banco me garantir dividendos acima da taxa de juro, coisa que num banco é, por definição, uma trivialidade, até ganho dinheiro nisto tudo sem com isso meter lá dinheiro de facto. . Porque é que isto é uma fraude? Porque os bancos estão obrigados a regras de solvabilidade que impõe que, grosso modo, 8% de cada empréstimo venha dos capitais próprios do banco, impedindo que o banco empreste o dinheiro que quer ou pode a partir dos depósitos. Desta forma, um banco pode emprestar 12,5 vezes os seus capitais próprios. Com a manigância de emprestar o dinheiro aos accionistas, mesmo pequenos, cada euro de capital assim reunido permite ao banco emprestar mais 12,5 euros quando, na realidade, não entrou nada. Ao fim do dia, o BCP pôde emprestar de forma ilícita quando os seus concorrentes, que cumpriram, não puderam. . Claro que o camarada leitor já percebeu a trafulhice que foi feita. E, claro também, que os maduros do Banco de Portugal ainda andam aos papéis a perceber o que aconteceu mesmo nas suas barbas. Mas o melhor é não incomodar o Dr. Constâncio com estas miudezas, ele anda tão preocupado em perceber o país onde vive...

sinto-me: Estupfacto...

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