segunda-feira, 10 de março de 2008

JUSTIÇA

–O Ministério Público e da Polícia Judiciária parece que recebeu uma granada que lhe vai rebentar nas mãos. Em Portugal, uma parte dos crimes que pode estar em causa neste dossier BCP ou tem prazos curtos ou molduras penais tão pequenas que não justificam um elevado investimento em meios técnicos e humanos. Outros, com maior dimensão sancionatória – como o branqueamento, gestão danosa, burla, associação criminosa – exigem uma blindagem probatória muito complexa. Sobretudo tratando-se de um banco com a dimensão do BCP, dos muitos e delicados interesses que estão em jogo, de figuras tão tutelares no sistema financeiro como Jardim Gonçalves. Depois de tudo ter falhado não se peça, com a facilidade e o cinismo que se vê por aí, que a Justiça faça o seu trabalho, como estivesse nela a obrigação patriótica de regenerar o sistema financeiro. Depois de todos os organismos de supervisão terem pactuado com o regabofe, não apenas no BCP, como se está a ver, só faltava mesmo que atirassem as responsabilidades salvíticas para o sistema de Justiça...

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