quarta-feira, 13 de agosto de 2008

‘Offshores’ do BCP envolvidas no caso Cimpor...




Cimento 2008-08-13 00:05

CMVM recebe novos documentos que mostram concertação entre o BCP e a Teixeira Duarte pelo controlo da cimenteira.

As sociedades ‘offshore’ do BCP, cujos esquemas de financiamento estão a ser investigados pela CMVM, pelo Banco de Portugal e pela PGR – Procuradoria-Geral da República, poderão estar implicadas na questão do financiamento da Teixeira Duarte para aquisição de acções da Cimpor em 2000 e 2001. Pelo menos, é esta a acusação feita pela Semapa Inversiones no novo ‘dossier’ entregue em Fevereiro à entidade presidida por Carlos Tavares.

“Resulta evidente para o grupo Semapa que foi igualmente através deste esquema de utilização de ‘offshores’ que o BCP ocultou a sua verdadeira participação no capital social da Cimpor”, acusa o citado documento, referindo que “recentemente foram tornados públicos uma série de episódios envolvendo o BCP e a instrumentalização de sociedades ‘offshore’ por este banco e/ou pelos seus accionistas”.

Os responsáveis da Semapa ressalvam que, se em 2001, face à investigação realizada, a CMVM concluiu que os factos apurados não permitiam afirmar com a certeza exigida que existisse um acordo de voto entre a Teixeira Duarte, o BCP e a Lafarge, agora, seis anos volvidos, “foram descobertos novos indícios da concertação entre os accionistas da Cimpor, nomeadamente a descoberta do ‘beneficial owner’ (o proprietário beneficiário) da Someria e da Medex e as suas ligações ao BCP e à Teixeira Duarte”.

De acordo com a Semapa, “após diversas iniciativas judiciais nas Ilhas Virgens Britânicas, em Gibraltar e na Isle of Man, em Novembro de 2004 foi possível apurar (que) desde o dia 3 de Outubro de 2000 que o ‘beneficial owner’ da Medex (e também da Soneria) era o Sr. Manuel Fino”. Estas sociedades teriam sido vendidas pelo BCP a Manuel Fino. Terá sido através delas – Soneria e Medex – que o empresário injectou mais de 142 milhões de euros no último trimestre de 2000 na TDP, sociedade accionista da Cimpor, que agora é a ‘holding’ do empresário, controla a participação de 20% na Cimpor e se chama Investifino.